quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

A Maior Celebração do Pop é Dela por Fábio Freire





Outra revisão especial da incrível
The Celebration Tour, agora escrita pelo meu querido Fábio.

O mundo sem Madonna, definitivamente, seria diferente do que é hoje. A celebração de 40 anos de carreira não é um ato isolado ou egocêntrico. É uma celebração à vida, à história, ao passado, ao presente e que olha para o futuro.

Em um show com muita vitalidade, Madonna pontua sua história com acontecimentos importantes do mundo e nos faz ativar uma memória repleta de lembranças, emoções, pensamentos e questionamentos. Sim, ela mostra que, embora pouca gente lembre, sempre esteve presente como uma voz potente, causando um ruído social que precisava ser visto ou escutado.

Seja na sua eficiência ao mostrar que, enquanto o mundo gritava por liberdade e grupos marginalizados buscavam a luz do dia, existia uma sociedade hipócrita e um governo elitista fazia do seu silêncio a maior arma. 

O mundo era assolado por escândalos religiosos, censurado e calado por uma doença silenciosa, as pessoas eram insultadas por sua cor, preferência sexual e caladas por serem ousadas. Mulheres, elas não faziam nem idéia do que podiam ser até nossa Joana D’Arc do pop aparecer - embora muitas não se deem conta disso até hoje. 

Madonna é detalhista e sempre parece ser mais interessante nesses pontos. Quem souber notar, será privilegiado pela sua inteligência fora do comum. Madonna, assim como tudo que é bom nessa vida, é para poucos, mas serve a muitos.

Quando a nossa ignorância nos afastar da hipocrisia que nos habita e quando estivermos prontos para encarar nossos problemas do passado e do futuro ainda no presente, seremos capazes de contemplar a genialidade dessa mulher! E de celebrar a vida!

Vale ressaltar que Madonna mostra, na sua trajetória, que não lutou sozinha. Ela chama grandes vozes e artistas que ecoaram… E todos, em sua maioria, estão mortos. Madonna ousou voltar, ousou ficar. Não estamos celebrando apenas sua carreira, sua música e sua história. Estamos celebrando uma das últimas vozes viva que nos lembra quem realmente somos. 

Precisamos agradecer por essa celebração dos seus 40 anos! Mais que isso, precisamos agradecer por Madonna nos fazer tentar enxergar o óbvio: obrigado a quem questiona o mundo com paz, sabedoria e respeito. ✊🏻 

Com Madonna é assim. Ela está sempre 100 anos na nossa frente. Mas obrigado por mostrar que vivemos na ignorância e ficamos confortáveis com isso. Mas que também é possível mudar. ObrigadX.


quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

WORLD PREMIÈRE: Santa Baby (2023 Pulse Remixes)

 




Natal chegando e um presente exclusivo de Natal chegando para vocês.

Santa Baby sempre é lembrada nesta época afinal é a única música natalina que Madonna gravou em 40 anos de carreira. 

Quem lembrou da faixa esse ano foi o incrível Pulse e nos apresenta 4 remixes de Santa Baby, incluindo dois remixes com inspiração em outras faixas de Madonna, ficou curioso? Baixe agora.

Feliz Natal a todos que acompanharam o HOLIDAY SHARE nesse ano de celebração aos 40 anos de carreira de Madonna. 

WE TRANSFER


terça-feira, 12 de dezembro de 2023

The Celebration Tour por John Max



Mais uma super resenha da The Celebration Tour, dessa vez as palavras são de meu amigo John Max.

A melhor experiência que tive, Madonna para mim, vai muito além de belas músicas, shows grandiosos ou roupas icônicas, a intérprete de La Isla Bonita é minha fonte de inspiração no trabalho, onde eu mesmo posso me superar a cada novo desafio, onde me sinto desafiado a não desistir e vencer preconceitos.


Tive a grande honra de ir ao primeiro show da Celebration em Lisboa no dia 06 de novembro, sai de Brasília para poder reviver mais uma vez e sentir de todas as formas a realização do sonho de poder vê nossa Madonna em um mega espetáculo.

Cheguei na fila por volta das 13h00 do dia 06/11, enfrentei uma chuva bem chatinha, o incomodo maior foi o do frio, pois a chuva ia e vinha, cada gota água gelada, me tremia tanto, mas sabia que no fim iria valer a pena. Enfim, entramos na arena, corri tanto para alcançar um bom lugar (já que sou baixinho), a emoção de vê o palco foi muito além do que eu imaginei que sentiria, comecei a ficar muito nervoso de emoção, afinal foi a primeira vez em que iria assistir um show da rainha em uma arena (meu primeiro show foi Madame X Tour), entrei e fiquei bem próximo a grade, queria poupar energia para assistir com louvor o grande espetáculo.

Depois de algumas horas, entra a Bob Drag, a energia daquela yag é muito boa, de fato vi que estava no lugar certo rsrs a introdução da drag é muito necessária para o show, como fosse uma sinopse de um filme, até que ele anuncia “THIS IS A CELEBRATION BITCHSSSSSS” Nessa hora Madonna surge como uma entidade espiritual, saindo do palco e girando sobre o palco central do show, a enorme estrutura que imita uma auréola gigante, deixa claro que ela manda em tudo e em todos rsrs

Para mim a escolha de NRM, como ato de abertura vai muito além de uma bela entrada triunfal, ela traz a mensagem de que nos vê, que esse show é um presente para os fãs, o que passou, passou, o que importa é o presente, de fato nothing really matters...


Ao longo do Show Madonna vai encantando todos os seus fãs, com cada performance, impossível não se emocionar ao vê Open Your Heart em sua versão original, Everybody, Holiday, dentre tantas outras, Bad Girl para mim, foi o ápice, junto a linda performance de Erotica com elementos de You Thrill Me, aquilo sim é uma apresentação digna de todos os aplausos, eu amei cada segundo daquele show, realmente a experiência de está ali é surreal, viajei do presente ao passado, passando por toda a trajetória da rainha.



Temos muita sorte de ainda ter nossa Madonna viva, produzindo e entregando tudo aos fãs, ela realmente é a maior artista dessa terra, sua passagem aqui será lembrada por muitos é não morrerá tão cedo, pois seu legado é enorme, eu sou grato por ter vivido aquele momento extraordinário, dia 06 de novembro de 2023, vai ficar marcado na minha memória eternamente.

nothing really matters...



terça-feira, 5 de dezembro de 2023

The Celebration Tour: minhas impressões num contexto lisboeta ... por Ronaldo Alexandrino



The Celebration Tour está a todo vapor e o HOLIDAY SHARE está convidando amigos especiais para compartilharem suas experiências ao assistirem a tour, hoje começamos com essa resenha incrível de Ronaldo Alexandrino com fotos e vídeos exclusivas para o blog.

The Celebration Tour: minhas impressões 

num contexto lisboeta...

por Ronaldo Alexandrino



Quando o Inco me procurou para escrever um relato para o Holiday Share estava em Lisboa, ainda não havia assistido aos shows e minha cabeça, como sempre, começou a borbulhar sobre a forma que escreveria o texto, afinal, não sou especialista nem crítico de arte e naquele momento era apenas como um fã que se deslocava para ver sua artista preferida mais uma vez.

Aceitei a proposta, mas não fazia ideia de como executá-la. Ainda em Lisboa, um amigo em algum momento me disse, sinta primeiro, digere depois. Por isso escrevo apenas agora, 11 dias após o último dos dois shows.

Assim, mais do que um review, que por sinal já foi muito feito pela imprensa e fãs mundialmente, aqui narrarei minhas impressões. Selecionarei alguns recortes que mais me afetaram, sem o intuito de descrever o show do seu início ao fim.

Assisti os concertos nos dias 06 e 07 de novembro em lugares diferentes. No dia 06 estava na grade, na frente do primeiro palco após a passarela, o que me garantiu uma visão privilegiada do show e entender suas nuances e proposituras. No dia 07 novamente na grade, mas na frente do palco principal, o que me permitiu ver Madonna, para além do show.

A Celebration Tour para mim é um dos melhores shows já feitos por Madonna, por uma simples razão, além de ser uma comemoração dos seus 40 anos de carreira ela se protagonizou durante todo o espetáculo, era sobre ela.

Mesmo com a divisão por blocos, cada um contendo uma mensagem para o público, o foco principal do show era o modo como ela, artista, mulher e mãe se relacionava com cada um deles. Ela nos deu o que sempre queríamos: um show de Madonna sobre Madonna; e com um detalhe, a maioria das canções estava em suas versões originais, sem releituras. Ela mostrou ao mundo que não precisa mais se reinventar para ser a rainha do pop de todos os tempos!

O amor permeia todo o show, desde sua abertura com Nothing really matters, que é de uma grandeza e magnitude que nos deixa boquiabertos, mas o recado está dado, tudo o que verão aqui é o retorno daquilo que eu mesma fiz a mim: o que fazemos com amor, nos volta.

As primeiras canções remetem ao início da carreira em New York, suas dificuldades em entrar nas casas noturnas, Basquiat estava no palco... e somos todos levados a uma pista de dança dos anos oitenta. O primeiro diálogo com a plateia vem, e sua persona dos anos 80, com máscara de látex aparece, Madonna se mostra feliz e orgulhosa da garota oitentista que a levou até o palco da Celebration Tour. É curioso perceber que em todos os diálogos desse momento do show é narrado algum perrengue que viveu, como blowjobs for shower, por exemplo. Ela afirma que tem consciência de onde veio e reconhece a importância do lugar em que chegou como artista, afirmando que naquele início jamais ousaria pensar que o vivido hoje seria possível.

Na performance do Open your heart, a cadeira como elemento cênico aparece. Objeto esse tão simbólico como uma de suas marcas nos anos oitenta, tanto quanto os braceletes e colares em forma de cruz, simbologias essas tão importantes na criação de um mito.

Ao término de Holiday o clima festivo perde espaço para uma escuridão, bailarinos começam a morrer em cena e vagarosamente vão sumindo... Madonna fica sozinha... O advento da Aids apaga o brilho da cena... o tom é dado quando ela canta um trecho de In this life antes da apoteótica Live to tell.

Impossível não chorar (inclusive choro agora enquanto escrevo). Os telões são o ponto chave nesse momento e as figuras que ali aparecem respeitam uma ordem de afeto por ela vivenciada: Martin Burgoyne, Chistopher Flinn e Keith Haring, os melhores amigos e seu professor de dança que disse a ela que ela tinha um brilho diferente (ela sempre se emociona nessas telas); na sequencia artistas como Freddy Mercury e o bailarino da sua Blond Ambition Tour Gabriel Trupin, passando por uma sequência de ativistas e pessoas comuns, as imagens das projeções são advindas de uma parceria com o The Aids Memorial.


Os telões apenas confirmam seu discurso profético na The Girlie Show, de 1993, “todos que estão aqui essa noite conhecem ou conhecerão alguém que morrerá de Aids”. Madonna está dizendo que a história que ela tem a contar é sobre a dor da perda, de um vírus que inicialmente aniquilou a comunidade LGBTQIA+ e que até hoje ainda sofre os estigmas desse momento histórico... e o mais importante, essa dor é também dela!

O que vem a seguir é Like a prayer, com trechos de Act of contriction (e a versão de like a prayer ao contrário), Girl gone wild e Unholy de Sam Smith, usada como um link para a sessão anterior. A crítica está feita: o que faz a igreja em relação aos corpos docilizados? Afinal é um carrossel sacro de corpos enclausurados que abre esse momento do show, embalados por uma versão demoníaca de like a prayer e excertos de um cantor gay.

Como de praxe no universo madonnico, igreja, amor e sexo não se disassociam. A sequência de canções retomam os boxeadores da The Girlie Show e Stick and Sweet Tour num clima que nos deixa excitados de alguma maneira em nossos lugares.

A beleza desse momento é vê-la de camisola. Ela não escondeu os 65 anos de idade dessa vez. Madonna aparece segura e despida de si, madura, com os braços balançando, sem esconder a mão envelhecida ou a flacidez da pele do seu colo... e está deslumbrante!



A sequência é de um impacto gigantesco para quem, como eu, ama a Blond Ambition Tour. A cama vermelha surge em cena com a persona de látex simulando a famosa cena da masturbação. A jovem Madonna encontra a atual. Elas fazem um trecho da coreografia de Papa don’t preach dos anos 90, Madonna está dizendo: mesmo aos 65 anos ainda me dão sermão? Elas se encoxam, sentadas, a jovem Madonna masturba a atual. É como se uma dissesse a outra: eu abri os caminhos nos anos 90, inclusive para você hoje... Seja uma mulher de 65 anos que ao subir num palco de camisola não tem medo de expor seus desejos!

O próximo momento é o que tenho chamado de bloco família! Lembrei-me de um documentário dos anos 90, Madonna Exposed, em que perguntavam como seria a Madonna nos anos 2000 e ninguém naquele momento a previu como mãe. As próximas canções têm as filhas Mercy no piano, Estere voguing e Stella dançando em Don’t Tell me. Em alguns shows Lourdes e Rocco participaram de Vogue também.

Porém, o que mais me afetou foi a performance de Mother and Father. Ela e David Banda em cena, ele tocando e fazendo backing vocal para ela. As mães de ambos morreram quando eram crianças e estavam projetadas ao fundo. As relações tumultuadas com os pais também estavam no telão. Ao término da música eles se abraçam. É como se Madonna dissesse à ele: vivemos histórias parecidas nessa vida, mas eu serei pra você a mãe que eu nunca tive! Impossível não chorar ao entender essa relação que visivelmente é tão sincera entre eles!

I will survive é cantada no show! Apesar de ser conhecida como um hino LGBTQIA+ ela foi apresentada com toda a carga dramática de sua letra. Madonna dizia, antes de entoar a canção que só sobreviveu a morte (devido a uma infecção meses atrás) graças à seus filhos. Eu nunca curti ouvir I will survive em baladas, sempre me retirei da pista. A letra não é alegre, não é festiva, afinal é sobre seguir adiante apesar da dor e sofrimento. Madonna trouxe a interpretação que sempre esperei dessa música e nunca havia escutado.

Logo após, em Lisboa, ela cantou Sodade, de Cesária Évora, em homenagem ao país em agradecimento por tudo o que ali viveu enquanto morou em Lisboa.

O show começa a caminhar para final. Bedtime Story, Ray of light e Rain apenas mostram que Madonna está entregando aos fãs aquilo que sempre pedimos! Ela em seu estado máximo com as canções que tanto gostamos. E se Rain em sua letra é uma metáfora à ejaculação, ela está ali inundando a arena daquilo que mais desejamos: ela própria. Esse trecho é puro gozo!

Mas antes do fim, a projeção dela e Michael Jackson, ao som de Like a Virgin e Billie Jean surge repentinamente. Esse momento não foi, para mim, apenas uma singela homenagem ao cantor. Madonna está coroando ali, publicamente, os verdadeiros rei e rainha do pop de todos os tempos. Ela marcou seu território!

Dito isso, ela se afirma com Bitch I’m Madonna e finaliza o espetáculo com Celebration!

Ao olhar para o show percebemos que tudo está ali! Todas as referências estão postas! Seria impossível abarcar 40 anos de carreira em um show de duas horas, mas de alguma maneira elas aparecem, seja num pequeno trecho, ou numa imagem de telão.

Saio da Celebration Tour entendendo que o legado de Madonna é sobre o amor! Esteja com aqueles que você ama! Lute por eles! Valorize cada momento! A vida é breve e enquanto aqui estamos, celebremos juntos!

E que venha a próxima tour!

Vida longa a rainha!

 Ps. Algum defeito? Sim! Cadê o Tourbook? Hahahaha!