A coluna OPINIÃO MADÔNNICA volta com tudo, uma super resenha escrita por meu amigo Jorge Luiz após assistir 3 show da MDNA Tour. Lembrem-se pessoal, essa coluna está aberta para a sua participação!
MDNA TOUR - Impressões de um fã! By Jorge Luiz
Terça, 24 de Julho de 2012 às 11:50 ·
28 e 30 de Junho de 2012 em BERLIM e 14 de Julho 2012 em PARIS
A principio, é necessário avisar a quem for ler esse relato, que ele foi feito por um fã. Não há aqui o propósito do texto jornalístico ou investigativo.
Aqui proponho dar algumas informações adicionais ao que muita gente já sabe. É o ponto de vista de alguém que foi assistir a MDNA Tour e que saiu muito, mas muito surpreendido com o que viu. É uma leitura extremamente pessoal do show!
1º Bloco: Transgression
A transgressão do bloco já se inicia com uma missa onde temos o Trio Kalakan anunciando a chegada da Madonna juntamente com vários bailarinos e uma figuras extremamente exóticas e até mesmo assustadoras. A projeção da Catedral é absolutamente perfeita, juntamente com os sons de cordas, sinos, do turibulo passando de um lado para o outro sobre a cabeça da plateia, dos trovões...é tudo muito bonito e é sem dúvida uma das aberturas mais fortes e emblemáticas da Madonna. Ali se percebe vários elementos da carreira dela: religião, culpa, casamento, pecado, coral entoando canções sacras, figuras estranhas. O ambiente já está sendo preparado pra sua chegada. Apesar do excesso de informações no palco, é tudo muito direto.
Ao primeiro OH MY GOD! a plateia vai ao delírio e já sabe que agora a viagem não tem mais volta. O som dela quebrando o oratório com a arma é ensurdecedor e já define o bloco inteiro: raivoso, escuro, denso, violento, sem meias palavras. É uma Madonna emputecida com tudo e com todos. A associação feita da tiara e véu do seu casamento com Guy Ritchie é mesmo impressionante. É como se ela dissesse: “Pronto, acabou mesmo, agora volto a ser quem eu sempre fui!!!”. Detalhe, aqui a noiva está de preto. Eu faço uma analogia ao filme A NOIVA ESTAVA DE PRETO, que não por coincidência, serviu de inspiração pra KILL BILL. (http://www.cineplayers.com/filme.php?id=2302).
Apesar do tom sinistro da abertura, GGW meio que chega pra quebrar essa tensão. Madonna, megasexy, numa roupa preta coladíssima dançando com homens sem camisa e de salto alto nos altares da Igreja. O bloco não se chama transgressão por acaso né? Ali a vemos fazer o que ela sabe melhor, nos deixar embasbacados com a coreografia e a precisão do número. Tudo é milimetricamente perfeito e bem executado.
Revolver é uma gratíssima surpresa. A música magnificamente bem trabalhada com ela suas “bandidas” apontando armas pra tudo que é canto. A plateia fica visivelmente rendida aquela mise-en-scène toda. O refrão da música faz com que todo mundo cante junto. Só não me pergunte como é a projeção do Lil Wayne, pois com a Madonna e as Bandidas dando cambalhotas no palco eu não olhei nenhuma vez praquele exu não!
Gang Bang, como já era de se esperar, deixa todo mundo em polvorosa. É impressionante como os fãs amam essa música. Toda a teatralidade do número, dá um certo ar intimista à interpretação da Madonna no Paradise Motel. Os sons dos tiros e do helicóptero são impressionantes, não só por parecer bem reais como pelo altura. Cada vez que ela mata alguém, a plateia delira! Mas o ponto alto é a partir do... “Over and over And over...” Imaginem uma arena ou um estádio inteiro gritando “Now drive bitch...I said drive bitch…And while you're at it, die bitch…That's right drive bitch”. É uma sensação incrível.
Papa Don’t Preach funciona mais como ponte pra Hung up. Ela só canta um pedacinho, praticamente na versão original do disco. Mas vê-la na ponta da passarela ajoelhada, vulnerável, é muito emocionante também. Apesar de curtinha é bem marcante.
O número de Hung Up é bom. Ela amarrada, amordaçada, sendo jogada pra cima e pra baixo, com projeções que remetem a rituais e as drogas. Só acho que a escolha da música foi errada e o número quebra o ritmo acelerado e pulsante do bloco. Talvez se no lugar de HU fosse Bad Girl ou Die Another Day, funcionasse melhor.
I Don’t Give A é maravilhosa! Nunca imaginei dizer isso (porque a junção Madonna + guitarra me irrita), mas ela tá sexy, com pose de roqueira. É uma música que foi absolutamente bem trabalhada. Os riffs de guitarra e a banda (totalmente ao vivo) dão conta do recado. A projeção da Minaj é impecável e cabe muito bem no número. Outro pronto arrepiante é na hora que ela fala: “There’s only one Queen...” pq toda a plateia fala junto. O Trio Kalakan fazendo o coral no início e principalmente no final faz com que o número se torne épico com a imagem da cruz e a iluminação extremamente eficiente que dá o tom dramático ao desfecho.
O interlude Best Friend/Heartbeat encerra a parte mais pesada do show. Os sons de ossos quebrando enquanto os bailarinos fazem uma performance de cair o queixo. Mas projeção apesar de triste não é pesada e é muito bonita e lembra muito Oh Father!. Fica um certo alívio quando acaba. Mas também da orgulho de ver números tão bem trabalhados.
2º bloco: Prophecy
Ela de baliza, linda, loura, sorridente, jovial, fresquinha da silva nos faz esquecer toda a dureza do 1º bloco. Express Yourself já nasceu clássico nessa tour. A junção com Born This Way da Lady Gaga é a melhor resposta que ela poderia ter dado à toda polêmica de plágio. Nessa hora a plateia inteira canta junto e ri muito da piada e dos monstrinhos nos telões. O que poderia soar arrogante, vingativo e pesado, fica engraçado e diluído no meio de tantas cores e da alegria da performance. Mais uma prova que a Madonna está vários passos a frente de suas wannabes e que sabe o que faz.
Give Me All Your Luvin’ é outra música que ficou muito bem trabalhada. As cores, os soldadinhos, as balizas, os pompons...tudo funciona. E quando ela vai pra ponta do palco no finalzinho, ela mostra o que anos e dança e muito ensaio podem fazer. Os soldadinhos em cima do palco é outro show a parte. Não tem como ficar não ficar extasiado com aquilo. É de uma perfeição absoluta. A gente fica procurando os fios, as cordas e não acha nada! Lindo de se ver ao vivo.
Turn Up The Radio poderia ter sido um “batecabelo”. Talvez pq todo mundo esperasse isso (inclusive eu), ela fez totalmente diferente. Mas querem saber? Ela funciona tão bem, é tão forte, tão vibrante, tão emocionante que a gente nem lembra que ela tá com a guitarra. Quando chega no refrão e escutamos todo mundo pulando e cantando junto é um momento muito massa. Aí eu penso: ela sabe o que faz, pois é o momento “vamos cantar juntos”.
Open your heart/ Sagarra Jo é outro momento lindo. Como duas músicas tão distintas e distantes podem casar tão bem. Parece até que foram feitas como complemento uma da outra. Os bailarinos são um show a parte. Eles são tão bons que quando eu fiquei no Golden, eu olhava mais para eles do que para Madonna. Eles fazem coisas indescritíveis e inacreditáveis. Dá impressão que eles vão cair em cima da plateia, mas como sempre, a precisão dos ensaios faz com que tudo funcione na sincronia exata.
Masterpiece não tem muita novidade. Ela linda, emocionada, falando de amor e mostrando cenas inéditas do W./E. como pano de fundo pra canção. É muito fofa mesmo. Pra quem tá pertinho é uma boa hora pra tirar fotos legais e apreciar o lindo figurino desse bloco. Destaque para as backings e o Kalakan que dão um tom mais classudo à música.
3º Bloco: Masculine/Feminine
Na minha opinião o melhor bloco da tour. O mais “Madonna” de todos e onde ela está mais linda,mais sexy e mais sacana.A projeção de Justify My Love é melhor do que todos os clips que ela fez ultimamente. Mesmo adorando os 3 clips da era MDNA, quando a gente vê a projeção, a gente pensa que quando ela quer fazer ela faz. Basta ter motivação. A nova versão da música, misturando várias vozes (infantil, sensual, diabólica...) e os palhaços amedrontando a plateia dão um tom erótico e sarcástico do bloco.
Vogue ela fez pensando nos fãs, podem ter certeza. Quando vemos aquele desfile e os bailarinos vestindo várias peças que de uma maneira ou de outra estão ligadas à ela vemos a intenção de agradar os fãs, principalmente o mais antigos. A entrada lembra muito a de EY da Blond Ambition. Ela absurdamente linda com um penteado ao mesmo tempo sóbrio e sexy e co
m aquele corselet e luvas pretas, leva toda a plateia ao êxtase total. A sonoplastia das máquinas fotográficas também dão um tom vintage ao número. O bom de Vogue é que ela privilegia tanto os que estão no Golden quanto quem está na Pista Premium, pois ela anda na extensão inteira do palco. É só ter calma e esperar que ela venha pra onde nós estamos. E quando ela vai se aproximando a plateia fica totalmente entregue. Ela sabe do que os fãs realmente gostam. Nem sempre ela o faz mas ela sabe o que nos agrada.
Candy Shop me fez pedir perdão por todos os palavrões que eu disse com a Madonna quando soube que essa música estava no set-list. A repaginação dela ficou perfeita, pra dizer o mínimo. Tendo como base “Ashamed of Myself" do kelley Polar (http://www.youtube.com/watch?v=j0fYBeWaMec) e com trechos de Erotica, a canção ficou bem safada e a loja de doces vira um cabaré dos anos 20. A cenografia e a iluminação desse número deixa todo mundo de boca aberta. Candelabros, luz neon, mulheres, travestis, homens de salto e a Madonna tirando pouco a pouco a roupa dão o rumo que o bloco vai tomando. O finalzinho com ela e o namorado se roçando é um show a parte. Aqui no Brasil esperem pelo pior (para os puritanos) ou o melhor ( para os órfãos do Erotica, assim como eu).
Human Nature é lindo. Os espelhos ao vivo são altíssimos e parecem que estão vivos, acompanhando ela durante todo o número no palco principal. Quando ela desce pra passarela e “dão” uma bengala pra ela (a analogia que faço é a questão da idade, como se dissessem: Madonna use isso, você já está velha demais pra esse tipo de coisa). Mas ela vai meio que se recusando a usar e tentando parecer jovem e sexy (quase tirando a roupa, tocando no sexo, mostrando a bunda ou o peito).
Aí entra Like a Virgin, que pra mim é um dos melhores momentos do show. A música é um clássico e como ela esta “velha” a música é cantada como valsa, meio que se adequando à sua idade. Aí vem a “consciência” dela e a coloca à força de volta ao corselet que a consagrou na época dessa música e solta seu cabelo, fazendo ela parecer mais jovem. Eu entendo como um conflito: a mulher sexy versus a mulher adulta, mãe e já cinquentona. Ela fica tão vulnerável, tão despida, tão entregue que não há como não se emocionar com essa interpretação. O bom é a cumplicidade da plateia, aplaudindo no momento certo e aproveitando pra gritar seu “I love you Madonna!” a cada parada. É lindo, tocante mesmo.
4º Bloco: Redemption
Nobody Knows Me já diz tudo. Podem chama-la do que quiser, mas ninguém sabe realmente quem ela é. A projeção é forte e mexe com tudo. Na França na hora que a figura da política Marina Le Pen apareceu, a plateia gritou alto em sinal de apoio à Madonna (http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/internacional/mundo/marine-le-pen-vai-processar-madonna). A cena das fotos dos meninos mortos por bullying também é tocante.
I’m Addicted é bem simples. O figurino é lindo e muito mas muito brilhante mesmo e a Madonna descalça fazendo números de artes marciais de forma bem vigorosa é legal. Não é nada inovador (pois lembra muito Frozen da DWT) mas é muito bonito de se ver, principalmente quando entra os bailarinos e eles dançam todos juntos.
I’m a Sinner privilegia quem vê o número de frente, pois aí da pra perceber bem direitinho que eles estão em cima de trens e ônibus fazendo um tour pela Índia. É bonitinho também e como a música é muito boa e o refrão extremamente pegajoso, todo mundo sai cantando que é u
m pecador e que gosta disso. Mais uma vez o Kalakan faz a diferença. Lá no cantinho do palco, vestidos de branco, eles dão um tom mais espiritualista à canção. Eles realmente são muito bonitos de se ver.
Quando eu soube que ela ia cantar Cyberraga eu pensei: Essa mulher tá ficando doida é? Cantar um b-side numa língua que ninguém conhece. Só pode se louca! Mas quandocomeça é tão lindo eles juntos e ela com aquele pandeiro que eu fiquei totalmente rendido. O bom é que cabe e muito com o finalzinho de I’m a Sinner! Uma música complementa a outra. Tudo a ver com o bloco. O final da canção é um mantra perfeito. Uma canção que me ganhou totalmente.
Com Like a Prayer, ela continua na vibe espiritual que dá a direção do bloco. Como sempre, é lindo de se ver e ouvir ao vivo. Umas das partes mais emocionantes do show. LAP é hino por excelência, e com todos cantando juntos fica mais épico ainda. Quando ela se aproxima do público com o microfone na mão e pedindo a todos para cantar é uma emoção ímpar. Sem arriscar muito e sendo bem eficaz, a canção encerra a “missa” do início, com os mesmos sinos.
Celebration vem para provar que ela ainda tem muito pano pra manga. Dançando e algumas vezes cantando, o número é animado e dá uma sensação positiva ao terminar o show. É a junção do clássico anterior com o moderno de agora. Mesmo muita gente torcendo o nariz, a música funciona bem para finalizar tudo que foi visto e ouvido.
Resumindo: A MDNA Tour não tem esse nome à toa. Ela conta toda a história da Madonna. Ali nós vemos as fases dela como pessoa, como ser humano, como Diva e como Rainha. É literalmente o dna da Madonna que tá ali. O show é enxuto, coeso, direto, sem muita firula e sem meio termo. Quem assistir ou vai amar ou vai detestar.
E outra, por mais que a gente assista aos vídeos pela internet, nada se compara vê-la ao vivo, pois ao contrário dos seus contemporâneos, ela esta linda, em forma, dançando e cantando pra todo mundo ver. Por mais que haja muita cenografia e efeitos, a MDNA Tour volta à raiz da Madonna, o palco por excelência, tendo o canto e dança contando várias histórias. Os fãs vão se identificar com várias partes do show, vão se ver nele, vão rever muitas coisas e sairão tocados com algo que foi dito ou vista naquele palco.
Bom, é isso aí! Obrigado por que conseguiu chegar até o fim do meu relato e posso dizer para vocês: eu sou um fã orgulhoso e realizado. Muito do que eu sou, devo à essa mulher e à sua atitude perante o mundo! Se um dia eu pudesse falar com ela eu só diria “Obrigado Madonna”, dava um beijo nela e sairia feliz da vida!
Valeu!!!!!!
Jorge Luiz – Julho de 2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário